Texto: Thaís Melo
Nascido em Niterói em 1978, Paulo Gustavo Amaral Monteiro de Barros ganhou certa visibilidade no meio artístico após participar da peça “Surto” de 2004, depois de pequenas atuações na TV e de participar de outras peças teatrais ele passou a ter seu nome reconhecido após estrear o espetáculo “Minha mãe é uma peça” em 2006.
O sucesso da peça foi tanto que abriu portas para que ele fizesse mais algumas participações na TV e no cinema e em 2013 a peça ganhou uma adaptação em forma de longa-metragem. Com isso, Paulo Gustavo ficou conhecido nacionalmente e ganhou os corações dos brasileiros.
Dando vida à personagem principal do filme Dona Hermínia que foi inspirada na mãe do próprio humorista ele conquistou o Brasil. O sucesso do primeiro filme garantiu sequências e a história se tornou uma trilogia, que foi um sucesso nos cinemas brasileiros.
Ator, humorista, apresentador, roteirista e diretor ele era multitalentoso e conseguiu com seu carisma e personalidade marcante emplacar programas como “Vai que cola” e “220 Volts” no canal Multishow. Ele também fez sucesso ao lado de sua melhor amiga Mônica Martelli nos filmes ”Os homens são de Marte… E é para lá que eu vou” de 2014 e “Minha vida em Marte” de 2018.
Além de se consagrar como artista com diversos projetos bem sucedidos ele também conseguiu um feito difícil no Brasil que foi vencer o preconceito. Assumidamente homossexual ele era amado até pelas pessoas que geralmente costumam ser preconceituosas. E Paulo Gustavo não escondia sua orientação sexual, ele era casado com o dermatologista Thales Bretas com quem tinha dois filhos e deixava isso bem claro em suas redes sociais e também em entrevistas. Uma família que o país aprendeu a gostar, assim como aprendeu a gostar também da mãe do humorista que com o sucesso dos filmes “Minha mãe é uma peça” passou a ser reconhecida, já que ele deixava claro até nos filmes que ela foi a sua inspiração.
Com tanto talento, estando no auge de sua carreira e com uma família que tinha crescido há pouco tempo com o nascimento dos filhos Gael e Romeu. Foi um choque quando em março de 2021 o ator foi internado em decorrência da Covid-19. Foram meses de luta pela vida e o Brasil inteiro torcia pela recuperação dele. Mas em maio do mesmo ano Paulo Gustavo teve uma embolia pulmonar. O ator tinha apenas 42 anos quando faleceu e deixou o país inteiro de luto.
Mas tendo sido uma estrela tão brilhante quanto Paulo Gustavo foi é claro que seu brilho não se apagaria assim. Paulo Gustavo segue vivo em seu legado. Não tem como ver um de seus trabalhos e não sorrir. Uma rua recebeu o seu nome em Niterói, sua amada terra natal. Além disso, ele serve de inspiração para muitos humoristas que já estão no mercado e outros que ainda estão dando os seus primeiros passos. Mas mais do que uma inspiração, seu legado também pode ser visto em ações do governo.
Isso porque em julho de 2022 uma lei foi aprovada destinando recursos ao setor cultural para ajudar artistas a se recuperarem dos danos que o meio cultural sofreu durante a pandemia. A Lei Paulo Gustavo prevê o repasse de R$ 3,862 bilhões de reais para estados e municípios investirem em uma coisa para a qual o ator dedicou boa parte de sua vida: a arte. E o legado dele vai estar presente em cada uma dessas produções que vão sair do papel graças a essa lei, além é claro de em todas as obras nas quais ele trabalhou.