Texto: Thaís Melo
Aldir Blanc Mendes era letrista, compositor, cronista. Mas antes de ingressar no mundo da arte ele se formou em Medicina, mas abandonou a profissão de médico para se dedicar a música. Sua carreira como compositor durou cerca de 50 anos, nesse período ele fez parcerias de sucesso como a com João Bosco.
Aldir entrou na faculdade de Medicina aos 20 anos e se especializou em Psiquiatria, chegou a atuar na profissão, mas abandonou a área em 1973 para se dedicar a sua verdadeira paixão: a música.
Ao lado de nomes como Gonzaguinha e Ivan Lins fundou o Movimento Artístico Universitário. Suas composições ganharam vida nas vozes de grandes nomes da MPB como a da cantora Elis Regina. Sua parceria com João Bosco durou cerca de uma década entre 1970 e 1980 e juntos eles foram considerados uma dupla de grande importância para a música popular brasileira. Além de Bosco ele também teve outras parcerias com mais de 50 compositores.
Dentre suas composições mais famosas temos músicas como “Bala com bala”, “Dois pra lá, dois pra cá”, “O ronco da cuíca”, “De frente pro crime”, “O mestre-sala dos mares”, “Catavento e Girassol” dentre outras canções. Na voz de Elis Regina ele teve interpretadas músicas como “O bêbado e o equilibrista” e “Ela”.
Como cronista ele teve colunas em revistas e jornais de relevância nacional como, por exemplo, os jornais O Globo, O Dia e o Jornal do Brasil. Já dentre as revistas destacam-se suas publicações na O Pasquim. Sua trajetória já foi contada em formato de livro na biografia “Aldir Blanc – Resposta ao Tempo – Vida e Letras” escrita pelo jornalista Luiz Fernando Vianna e publicada em 2013.
Embora durante a maior parte de sua vida tenha sido um boêmio. Em seus últimos anos de vida Blanc viveu em reclusão. Isso devido a uma fobia social desenvolvida após problemas com álcool e um acidente de carro que deixou como sequela uma dificuldade em locomover uma de suas pernas.
Nascido no Rio de Janeiro em 1946 ele veio a falecer aos 73 anos de idade na mesma cidade de seu nascimento, vítima de complicações da Covid-19 em maio de 2020. Aldir nunca chegou a viajar para fora do país, mas viajava através de suas leituras, já que amava ler sobre os mais diversos temas.
Aldir deixou duas filhas biológicas, duas de criação, cinco netos e um bisneto. E mais do que isso, deixou também um legado de relevância ímpar na história da música popular brasileira com suas canções e seu talento que foram fundamentais para a consolidação desse gênero musical no país.