Augusto Boal foi uma das grandes figuras do teatro contemporâneo. Nascido em 1931 no Rio de Janeiro, durante sua vida ele foi diretor de teatro, ensaísta e dramaturgo, mas, além disso, ele criou um jeito próprio de se fazer teatro. Dando ao teatro brasileiro uma identidade única ele fundou o “Teatro do oprimido” que é um método teatral que usa exercícios, técnicas e jogos teatrais que tem como objetivo unir o teatro com ações sociais.
Com isso, ele pretendia possibilitar uma democratização do teatro, facilitando o acesso de pessoas com menor poder aquisitivo e também dando aos atores novas práticas de preparação que tiveram fama e relevância internacional. Além disso, ele queria com essa nova técnica transformar a realidade por meio do diálogo.
Boal se formou em Engenharia Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, mas na época a paixão pelo teatro já estava em seu coração e por isso ele começou a escrever alguns textos. Na década de 50 ele foi para os Estados Unidos fazer uma pós-graduação na Columbia University of New York na área de engenharia. Mas aproveitou a oportunidade para também alimentar a sua paixão pelo teatro. Nessa época ele fez cursos de teatro.
Quando voltou ao Brasil ele foi para o Teatro de Arena e estreou na cidade de São Paulo em 1956 com a peça “Ratos e Homens”. Também na década de 50 ele criou o “Seminário de Dramaturgia” onde eram estudados os seus textos e de outros importantes nomes do teatro, um ponto interessante é que as análises sempre tinham também um olhar político.
Boal foi se interessando cada vez mais por questões políticas e pelas demandas dos trabalhadores do campo. Quando a Ditadura Militar foi instaurada no Brasil ele passou a ser um alvo justamente por abordar tais questões em suas peças. Nelas ele também passou a falar sobre a censura e a opressão da época. Por isso, ele deixou o país e só regressou quando a mesma já havia terminado. Nesse tempo exilado ele seguiu fazendo trabalhos com teatro e escrevendo peças que falavam cada vez mais sobre o Brasil.
Foi também nesse período exilado que ele escreveu “Teatro do Oprimido e outras poéticas políticas”, a obra chegou ao Brasil em 1974 e com isso surgiu o Teatro do Oprimido. Sua visão e suas técnicas revolucionaram a forma de se fazer teatro no Brasil. Uma das influências que ficam claras na criação de Boal é a do educador e filósofo Paulo Freire que fez a “Pedagogia do Oprimido”.
A obra de Boal incentivava os trabalhadores a se apropriarem dos meios de produção artísticos. Em 2017 o Brasil passou a ter o “Dia Nacional do Teatro do Oprimido” tamanha foi a importância do método criado por Boal. A data é celebrada no dia 16 de março, pois essa foi a data de nascimento de Augusto Boal. O dramaturgo faleceu em 2009, mas sua obra e suas reflexões impactam o teatro brasileiro até os dias de hoje.