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Zé Celso e a sua contribuição para a arte nacional

Zé Celso teve uma vida longa e usou a maior parte dela para fazer arte e contar histórias

by Thaís Melo

Zé Celso faleceu em julho deste ano, por isso resolvemos celebrar a sua vida falando da sua contribuição para a arte brasileira. Nascido em 1937 em Araraquara, José Celso Martinez Corrêa era ator, dramaturgo e diretor. Sua carreira teve início na década de 50 e desde então ele dedicou sua vida a arte.

Sua estreia no teatro profissionalmente veio em 1958 com uma peça que ele mesmo escreveu “Vento forte para papagaio subir”. Já no ano seguinte ele escreveu e participou de outro espetáculo intitulado “A incubadeira”. Na década de 60 ele passa a ter uma relevância ainda maior no meio teatral ao se tornar um dos fundadores e integrantes do Teatro Oficina.

Na época em que ajudou a fundar o Teatro Oficina Zé Celso estava na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, mesmo assim dedicava boa parte de seu tempo ao teatro. Nesse mesmo período ele participou da encenação de “Pequenos Burgueses” em 1963. No ano seguinte começou a ditadura militar no país e com isso as apresentações da peça foram suspensas pelos militares, já que o tema central da obra era à Rússia pouco antes da sua revolução e muitos dos problemas apontados na peça faziam paralelo com a situação do Brasil naquele momento.

Mesmo com a suspenção, a obra foi elogiada pela crítica e foi premiada por sua direção. Ainda na década de 60 ele fez mais duas peças, “O rei da vela” em 1967 e “Roda Viva” (1968). Em 1974 ele foi preso e exilado, assim como muitos artistas brasileiros, já que suas obras não agradavam os responsáveis pela ditadura na qual o Brasil se encontrava.

Fora do país ele foi primeiro para Portugal onde fez um documentário sobre a Revolução dos Cravos chamado “O parto” de 1975. Ele também foi para a África onde produziu em 1977 outro documentário dessa vez sobre a independência de Moçambique intitulado “25”. Só em 1978 ele regressou ao Brasil.

Assim que voltou seguiu com a sua dedicação ao teatro do qual ele é um dos fundadores e em 1982 conseguiu o tombamento do Teatro Oficina, mais de uma década depois conseguiu a reabertura do mesmo e apresentou diversas peças tanto novas quanto as já consagradas por lá.

Até o final de sua vida respirou arte, seja como roteirista, dramaturgo, documentarista, diretor ou ator. Após ser vítima de um incêndio em julho deste ano ele não resistiu aos ferimentos e cirurgias e veio a falecer aos 86 anos de idade em São Paulo. Mas sua extensa e significativa contribuição para o teatro e para a arte brasileira não morrerão jamais.

Mas do que uma história de sucesso fazendo arte no Brasil, Zé Celso deixa também um legado lindo e que com certeza já inspirou e ainda vai inspirar muitos outros artistas mesmo após a sua partida.

 

 

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