Touro BULL na Bienal Internacional de Dança no Ceará

A gente ficou super feliz de ter uma foto produzida por nosso CEO Marcelo Paes de Carvalho na divulgação da 8° edição Bienal Internacional de Dança do Ceará – entitulada “De Par em Par” que está acontecendo entre os dias 21 a 29 desse mês.

A foto foi produzida em Juazeiro do Norte (CE), durante um ensaio de “Touro”, novo espetáculo da nossa parceira de vida @valeriapinheiroabcvata junto com o @coletivocaririoficial

É um espetáculo que aborda o tema da ancestralidade feminina a partir do ponto de vista da cultura caririense. O Cariri fica no coração do nordeste brasileiro, considerado um oásis por correr água o ano inteiro que desce a Chapadado Araripe, mas que ainda assim sofre com a seca.

O Cariri é uma encruzilhada de materialidades e imaterialidades, nele foram trocados saberes, magias e mercadorias e foram construídas tradições que, para o bem e para o mal do povo nordestino, moldaram seus corpos e comportamentos, e revelam a beleza áspera humana de cada mulher e homem que nasce e vive nesta região. A partir das memórias da dançarina e coreógrafa Valéria Pinheiro, que nasceu e se criou em Juazeiro do Norte, reconstruímos alguns dos arquétipos do imaginário nordestino em formato de uma sinfonia de sapateado, sapateios identitários brasileiros. Brinquedos e folguedos do Cariri têm passos ritmados e batidas de pé. Valéria, como brincante destes folguedos, incorporou à sua arte algumas técnicas do sapateado e o resultado são ritmos e passos autênticos. Toda sonoridade do espetáculo foi construída com trilha original (piano, violino e percussão) a partir das células rítmicas do sapateado de Valéria Pinheiro. O principal elemento cênico é um carro de boi, uma carroça com duas rodas grandes, sustentada e puxada por muletas. Sim, a Valéria hoje é uma mulher com prótese total de quadril e o elemento carroça traz referências de sua vida e dialoga com essa ancestralidade. Durante dois séculos o carro de boi foi o principal meio de comunicação e transporte do Cariri para o mundo. O que tivesse que sair ou chegar vinha por mulas, cavalos ou carro de boi. O boi ou o touro, no sincretismo religioso brasileiro, está ligado à mitologia da orixá Iansã, deusa dos raios e das tempestades, orixá guerreira que partia para a guerra ao lado de Xangô. Arquétipo de muitas mulheres nordestinas que com essa força e muita maestria criam as condições e trilhas para a vida!

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