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Representatividade negra na cultura brasileira: Margareth Menezes no Ministério da Cultura

by Thaís Melo

Texto: Thaís Melo

A cantora e compositora baiana Margareth Menezes se tornou ministra da cultura no começo de 2023, assim que o novo mandado do atual presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva teve início. Sendo um nome renomado da música brasileira e uma mulher negra, ela desde que assumiu o ministério vem mostrando um posicionamento bem diferente dos dois secretários que ocuparam o cargo equivalente ao dela no governo anterior.

A ministra é a primeira mulher negra a ocupar o cargo e desde que assumiu se mostrou muito empolgada em revitalizar o ministério que ocupa e a cultura brasileira em si, já que no governo anterior os incentivos culturais eram mínimos e o apoio oferecido às artes por parte do governo era insuficiente.

Aos 60 anos de idade ela tem se mostrando muito ativa e preparada para ocupar a posição, mesmo assim quando foi anunciado que seria ela a assumir houveram reclamações de alguns políticos sobre esperarem um nome “mais técnico” para o cargo. Na mesma época muitos artistas se manifestaram em defesa da atual ministra e da sua capacidade. Muitos inclusive apontaram o racismo por trás dos questionamentos e críticas em relação à nomeação da cantora.

Com 35 anos de carreira, sendo cantora, compositora, produtora cultural e já tendo trabalhado também como atriz é difícil questionar a capacidade da ministra para ocupar o cargo e comandar com todo o conhecimento necessário o ministério. Ainda mais se formos comparar com o secretário que era responsável pela cultura no governo anterior.

Margareth Menezes é um nome tão relevante da cultura brasileira que em 2020 foi nomeada embaixadora do Folclore e da Cultura Popular do Brasil pela IOV/Unesco. Ela também já foi indicada ao Grammy Awards e ao Grammy Latino. Dentre as quatro maiores representantes femininas do axé music ela é a única mulher negra. Ela também já foi eleita em 2021, uma das 100 pessoas negras mais influentes do mundo de acordo com a lista da Most Influential People of African Descent (MIPAD).

A ministra também tem uma ONG (organização não governamental) em Salvador chamada Associação Fábrica Cultural que foi criada em 2004 e visa oferecer cursos profissionalizantes e oficinas de artes e educação para jovens. A artista já era engajada e lutava por causas importantes muito antes de ser ministra, já apoiava e contribuía para a cultura brasileira há décadas sendo uma forte representante do afropop brasileiro.

Assim que assumiu ela reafirmou a importância do Ministério da Cultura existir, já que no governo anterior ele tinha sido extinto e as questões relacionadas à cultura faziam parte de uma secretaria especial dentro do Ministério do Turismo. Com tanto prejuízo gerado ao setor cultural devido a pandemia de Covid-19 e a má gestão do governo passado é fundamental termos um nome realmente engajado ocupando esse cargo tão importante e até o momento a ministra vem se mostrando como a escolha ideal. Em suas falas ela sempre mostra uma preocupação não apenas com a parte cultural, mas também com as questões econômicas. Com representatividade e competência ela vem fazendo um bonito trabalho.

 

 

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